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Archive for março \06\-03:00 2011

Singularidade e estranheza

Em meados do século XI ia São Hugo, bispo de Grenoble, fazendo a necessária visita apostólica de sua diocese a pé, por devoção e penitência. Foi preciso que o santo bispo fosse aconselhado por outro santo para que passasse a fazer a tal visita a cavalo. São Bruno, fundador da ordem Cartuxa, comumente lembrado pela austeridade e rigor, foi quem se pôs a aconselhar assim a São Hugo. Sem contar a grande fadiga desnecessária que uma tal viagem o faria, São Bruno assim falou para que se fizesse, pois todos os demais bispos, por praticidade e costume, faziam seus respectivos percursos a cavalo, e ele deveria evitar a singularidade.

É certo e querido por Deus que o católico demonstre por seu vestir e agir a sua Fé, mas seguindo o conselho de São Bruno, a singularidade deve ser evitada. Como é bom ver que muitos ainda não correm a esconder seus crucifixos, seus escapulários, camisetas com temas católicos, ou mesmo as cadeias da consagração a Santíssima Virgem; são silenciosos testemunhos de nossa filiação a Deus. Mas se por um lado não devemos cair no erro do respeito humano, escondendo os símbolos e atitudes próprias de nossa Fé, por outro se deve evitar o exagero que causa a singularidade e estranheza.

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O caniço e o Sarney

“Que foste ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento?” Pergunta Nosso Senhor aos seus discípulos acerca de São João Baptista. As Sagradas Escrituras ainda nos relatam, através dos santos evangelistas, que não nasceu de ventre de mulher homem maior do que o último profeta da Antiga Aliança. Por que Nosso Senhor se refere assim ao maior de todos os homens? São João Baptista não era um caniço agitado pelo vento das ocasiões. Sua fé firme não se deixava abater pelas novidades e pelas circunstâncias. O homem-caniço, por seu turno, é aquele que se adequa ao momento. É o sujeito casuista que não titubeia em mudar de posição, se essa mudança o favorece. Conclui-se, portanto, que o maior homem de todos os tempos certamente não seria um político, e mais certo ainda, não seria político brasileiro. Aqui só temos políticos-caniço – a notícia é de domínio público e quase cultural. São agitados pelos ventos das ocasiões e “governabilidades” com a finalidade de se garantir o aprimoramento das instituições e blá, blá, blá.

Na lógica politiqueira, que não combina com a fidelidade, para possibilitar as mudanças e as “reformas necessárias” é premente, também, espezinhar a ética e surrupiar a consciência. Devido a essas incertezas e maleabilidades dogmatáticas dos parlamentares, já virou uma espécia de crítica necessária bradar contra a classe política e seus desmandos. Denunciar seu encastelamento burocrático onde se engendram a si mesmo num maquinário onde a corrupção é a graxa necessária da sujeira que faz a indústria política moer. E moem nestas tristes moendas para revelar ante os nossos olhos atônitos a crise moral sem precedentes que há na história desse país. Moem os desvalidos da riqueza e da pobreza. Alimentam a miséria moral dos ricos e justificam a miséria miserável dos pobres que até mesmo da moral e bons costumes são privados.

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