Em meados do século XI ia São Hugo, bispo de Grenoble, fazendo a necessária visita apostólica de sua diocese a pé, por devoção e penitência. Foi preciso que o santo bispo fosse aconselhado por outro santo para que passasse a fazer a tal visita a cavalo. São Bruno, fundador da ordem Cartuxa, comumente lembrado pela austeridade e rigor, foi quem se pôs a aconselhar assim a São Hugo. Sem contar a grande fadiga desnecessária que uma tal viagem o faria, São Bruno assim falou para que se fizesse, pois todos os demais bispos, por praticidade e costume, faziam seus respectivos percursos a cavalo, e ele deveria evitar a singularidade.
É certo e querido por Deus que o católico demonstre por seu vestir e agir a sua Fé, mas seguindo o conselho de São Bruno, a singularidade deve ser evitada. Como é bom ver que muitos ainda não correm a esconder seus crucifixos, seus escapulários, camisetas com temas católicos, ou mesmo as cadeias da consagração a Santíssima Virgem; são silenciosos testemunhos de nossa filiação a Deus. Mas se por um lado não devemos cair no erro do respeito humano, escondendo os símbolos e atitudes próprias de nossa Fé, por outro se deve evitar o exagero que causa a singularidade e estranheza.